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segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

tratamento diferente aos que foram tratados com "indiferença" pela sociedade...

Após a abolição, aquele que outrora representava o sustento da economia da nação, passa a representar o entrave, a corrupção, o perigo à sociedade branca e capaz. 

Os argumentos para que o trabalho escravo e agora, o ex-escravo,  fosse substituído pelo trabalho imigrante e europeu, basearam-se exatamente neste paradoxo. Pois , para a elite brasileira, a convivência com trabalhadores europeus, de certa forma, poderia capacitar o trabalhador nacional à demanda de serviços especializados e, gradativamente, os retiraria do  “ócio” , da “preguiça” que para eles, era característica dos ex-escravos (pois após a abolição, os escravos passaram a resistir a trabalhos que lhe retirassem novamente a liberdade e o prazer, tendo sido por isso taxados de preguiçosos pela sociedade branca )

.  Percebe-se que em todas as situações, seja durante a escravidão ou após a abolição, a condição de negro, reduzia e desqualificava qualquer tipo de trabalho, norteado pelo conceito a este  atribuído pela classe dominante .  A “invasão” de imigrantes  mesmo existindo mão de obra nacional em número suficiente para dar continuidade à produção e desenvolvimento da nação,  é o reflexo destas idéias, alem é claro, da pretensão de branquear a nação. 

Concluindo, esta é a grande falácia que pretendeu e ainda pretende justificar a exclusão do negro na sociedade brasileira em todos os aspectos, seja ele moral, cívico, cultural, intelectual, profissional...
 O sistema de cotas nas universidades por exemplo, é um mecanismo de inclusão de uma raça que foi preterida durante mais de 3 séculos e que no entanto, representa praticamente o embrião da cultura no que diz respeito às artes, música, danças e alimentação do nosso país. Porém, é vista como “privilégio dos negros” em detrimento aos brancos, num raciocínio equívoco de “desigualdade”, sem considerar que hoje, o tratamento diferente deve ser  sim, direcionado àqueles que foram os “diferentes  ou marginalizados ” dentro  da sociedade brasileira.  



2 comentários:

  1. Solicito que na próxima tb seja citada a causa dos índios, que hoje em dia, aliás, há tempos está esquecido até mesmo pelos "estudiosos" da "exclusão". O Brasil é um todo e não preto ou branco.

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  2. rs, concordo... o índio, se considerarmos do ponto de vista da colonização, foram os mais prejudicados com a política de domínio. Atendendo a seu pedido companheiro, postarei um texto sobre isso.
    Obrigada pelo comentário!

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