A
descoberta do Fogo:
Há aproximadamente 2 milhões de anos, nossos antepassados que viviam na
África, não possuíam sequer um resquício da modernidade que hoje nos cerca de
todos os lados. Desde a alimentação à vestimenta, os recursos disponíveis eram
extremamente primitivos. Moravam em
cavernas, alimentavam-se de frutas, que se esgotando, os obrigava a deslocar-se
por longas distâncias.
Mas o tempo passou e com ele, as necessidades e
demandas doa grupos de homens primitivos aumentaram, ao mesmo tempo em que se
reproduziam. O cérebro cresceu, e com ele as habilidades com as mãos, a fala, a
linguagem.
A partir de então, a evolução tecnológica tem sido uma
constante em nossa existência, paralela às demandas que surgem por novas
necessidades e por consequência, novas formas de suprir estas necessidades
através de invenções e novas descobertas.
O fogo pode ser considerado um
marco na evolução tecnológica. Foi a partir de sua descoberta que ocorreu maior
aproveitamento de recursos naturais que precisam de calor para serem úteis.
Mas como produzir o fogo? Até então o
homem primitivo dependia de ações da natureza, como tempestades de raios, por
exemplo. Mas através do desenvolvimento da inteligência e observação,
descobriram outras formas de produzi-lo, como batendo uma pedra em outra até que
se soltassem faíscas, ou friccionando gravetos secos sobre palhas. Era a
evolução tecnológica. Com o fogo, o homem poderia iluminar sua caverna,
cozinhar seus alimentos e aquecer-se do frio durante a noite, afastar de si feras famintas.
Mas com o tempo, o fogo promoveu
outras evoluções tecnológicas, não se limitando apenas ao cotidiano.
A idéia do combustível foi ganhando
espaço através do tratamento de recursos naturais como argila para a produção
de cerâmica, a queima de madeira para a produção do carvão, a fornalha (8000 a .c) utilizada para
forjar metal e criar armas... as ligas como o bronze, o ferro e o aço (1.400 a .c).
Mas muito mais importante que
aproveitamento destes recursos, são as transformações que esta evolução promoveu
nas sociedades humanas.
A
Revolução Agrícola:
Civilizações,
tribos, povos, sociedades, religião e astronomia
A
Revolução Agrícola, ocorrida há mais ou menos 8000 a .c, na região de
Jericó, atual Cisjordânia, é outro marco na história da evolução tecnológica e que transformou radicalmente o modo de vida de
nômades, que viviam da caça e coleta de cereais que encontravam em seu caminho.
Foi a partir dela que o homem de Jericó começou a fundamentar os conceitos de
sociedade.
Fixando-se em terras
cultiváveis, passaram a criar animais domésticos, formando uma sociedade mais
sólida. E à medida que evoluíam e em virtude do crescimento demográfico ocorreu
a necessidade de expandir-se para outros territórios, com novas terras e assim, espalharam
nossa espécie pelo mundo de acordo com as habilidades, afinidades,
fazendo surgir o conceito de culturas, tribos, territórios.
Em aproximadamente 7000 ac no mediterrâneo
(Grécia e Sérvia), plantava-se e criavam-se ovelhas e gados.
Na China, eclodia o arroz. Na Mesoamérica, o milho. No oriente, o trigo.
Na China, eclodia o arroz. Na Mesoamérica, o milho. No oriente, o trigo.
Mas florestas densas
cobriam aproximadamente 80% da Europa. O que era considerado um entrave na evolução
destas ocupações, gerando concentração de povoamentos em pequenas regiões. Para arrancar as árvores, machados de pedras
não mais serviam para os agricultores quando se deparavam com estas florestas
de matas impenetráveis.
A ferramenta que tinham,
por ainda não conhecer o ferro, era um pedaço de pau com a extremidade afiada
aquecida pelo fogo. Então por muito tempo, se limitaram à criação de gado e
pequenas plantações de sementes.
Mas o tempo passou e
descobriram o cobre, depois o estanho e a união destes, o cobre, aproximadamente 3000 ac . A descoberta deste metal também foi um
marco na evolução tecnológica, pois aquecendo o bronze e fundindo-o em fornalhas
domésticas, criaram machados com lâminas, facas de gume, flechas e outras
ferramentas úteis desde a derrubada de florestas até a fabricação de armas de
guerra.
Por se fixar na terra o
homem evoluiu suas habilidades e a sociedade formada já contava com
especialistas fabricantes de tijolos, pedreiros, padeiros, fabricantes de
cervejas, cuidadores de celeiros, caçadores, tecelões, fundidores, ferreiros,
enfim, uma infinidade de profissões que aos poucos, transformaram pequenos
vilarejos em grandes cidades.
Pesquisas alegam que na época de Cristo, a
população mundial já contava com 300 milhões de habitantes. Reflexo da evolução
tecnológica.
E o crescimento
desordenado em função desta evolução, às vezes era contido por epidemias,
doenças que dizimavam grande parte da população. Mas também existia uma forma
de organização política, em algumas civilizações, que também eram úteis para
conter o crescimento destas populações. Era o sacrifício humano, que através da
religião, se expressou como forma de controle político, espiritual e
ideológico. A religião simbolizava a vitória contra os inimigos, a fartura, a
paz, o braço de Deus ou de deuses envolto em determinada civilização.
E como chegaram à
religião? Com a evolução o homem adquiriu conhecimento e passou a admirar o universo
e toda sua magnitude. Atribuir a quem tanta maravilha? Quem poderia ter criado
o homem e o universo? Somente Deus ou deuses seria capaz de criar tanta perfeição.
Mas, o céu, prateado de
estrelas, o mistério da lua e o sol, a diversidade dos climas, aguçaram a
curiosidade humana além da religião e promoveram a evolução da astronomia.
Com a astronomia, criaram
calendários, com a escrita ideográfica, criaram leis, com armas fizeram guerras
e com guerras, criaram mundos diferentes, sociedades diferentes, línguas
diferentes, culturas e religiões diversas, formando o chamado “mundo”.
E a evolução nunca parou e o homem, sempre atendendo suas novas necessidades,
buscou através de inventos e descobertas, supri-las de qualquer maneira.
Submersos na religião que dominava política, econômica, social e espiritualmente todo o ocidente após a queda do Império Romano no século V d.c., durante mais de dez séculos, a evolução tecnológica caminhou lentamente, sobretudo voltada para o desenvolvimento de instrumentos de tortura e morte contra os “hereges” que ameaçavam o poder temporal com suas idéias subversivas e todas como diabólicas pela Igreja Cristã. O mundo ocidental se viu nas sombras
Submersos na religião que dominava política, econômica, social e espiritualmente todo o ocidente após a queda do Império Romano no século V d.c., durante mais de dez séculos, a evolução tecnológica caminhou lentamente, sobretudo voltada para o desenvolvimento de instrumentos de tortura e morte contra os “hereges” que ameaçavam o poder temporal com suas idéias subversivas e todas como diabólicas pela Igreja Cristã. O mundo ocidental se viu nas sombras
“Limpeza
da alma “http://www.alpheratz.org/inquisicao/index1.php?page=m2_4
Mas, ao passo que o
ocidente estava mergulhado nas sombras, a Ásia continuava caminhando, com
tecnologias avançadas, vendendo produtos raros e caros, através de mercadores genovezes
e venezianos, os quais atravessavam o mediterrâneo para alcançar as índias e suas
especiarias, a China e sua seda.
Percebe-se então, que a
evolução tecnológica caminhava de acordo com o contexto, a região, os costumes
e religiões os quais, ditavam as prioridades destes povos.
Por fim, a evolução tecnológica sempre foi responsável
pela transformação do modo de vida das sociedades humanas.
A
Expansão Marítima:
Já no final do século XV, a necessidade dos povos
ocidentais estava voltada para a descoberta de novos mundos, novas formas de
acumular riquezas, pois os desgaste de suas terras, assoladas pelo uso
constante e indiscriminado, afetara colheitas, causando escassez de alimentos,
o qual aliado a epidemias devastadoras, forçaram sistematicamente a busca por novos
horizontes.
Atravessaram o Atlântico em busca das Índias, numa
rota alternativa que não colidisse com os árabes islâmicos que dominara o mediterrâneo.
Encontraram as Américas, terra farta de riquezas,
natureza exuberante e povos estranhos, tidos como inferiores e, portanto, ideais para a exploração de mão de
obra escrava, mascarada por um ideal religioso que nada mais era que uma
justificativa para a extensão do domínio do Cristianismo, agora ameaçado pela
nova religião Islâmica dos árabes.
Mas para alcançar o outro lado do Atlântico,
desenvolveram tecnologias náuticas, construíram embarcações proeminentes, tudo a
serviço da empreitada marítima que os levaria a um novo mundo, diferente do já
velho e esgotado mundo em que viviam.
E a busca não pára e
no início do século XVI, após a
descoberta das Américas, um polonês descobre que o Sol é o centro do Universo! Nicolau
Copérnico, desafiando a religião cristã que pregava ser a terra o centro do
universo, inaugura o início do surgimento de frentes científicas, as quais
através da observação da natureza, tiram dela conclusões e avançam rumo à
retomada da evolução tecnológica. É a saída das sombras rumo às luzes.
Revolução
científica + Iluminismo = Revolução Industrial
Guerra
Fria e o Avanço Tecnológico.
No
final do século XVIII, ocorre mais um marco na evolução tecnológica. Após a
revolução científica que ocorreu do século XVI ao XVII, e o movimento
Iluminismo no início do século XVIII, culminou na primeira Revolução Industrial, tendo como pioneiro a Inglaterra,
no final deste século.
O
modo de produção até então era a manufatura. Do início ao fim da criação de seu
produto, o trabalhador participava de cada detalhe, com instrumentos simples e
máquinas modestas. Desde a busca por matéria prima, passando pela produção até
a comercialização, tudo era feito pelo trabalhador, que o fazia em casa ou em
oficinas, dominando todas as etapas deste processo de produção.
Mas
no final do século XVIII, tudo mudou e a Revolução Industrial, fruto de
descobertas científicas e invenções de máquinas, como a máquina a vapor por
exemplo, mudou totalmente os modos de produção e relações de trabalho.
A descoberta do carvão como fonte de energia
para alimentação de máquinas a vapor e a locomotiva como meio de transporte,
revolucionou sistematicamente o modo de vida e a forma de produção. De
artesanal, manufaturado, à industrial, sistemático, ágil, em larga escala. O trabalhador
se afasta do produto de seu trabalho, aliena-se.
E
os costumes, o consumo, a cultura, as idéias da sociedade agora industrializada?
A demanda por produtos industrializados
cresceu junto com as fábricas e a alienação, a separação do trabalhador
do fruto do seu trabalho também. E o surgimento de tantas ideologias? De
tantas relações de trabalho, sociedade e consumo? E o crescimento desordenado
dos grandes centros urbanos?
A
partir da Revolução Industrial, o comportamento humano transformou-se
completamente. As demandas mudaram. A exploração do homem pelo homem virou prioridade,
através de movimentos frenéticos em busca de mercados de consumo, mão de obra
barata e consequentemente acumulação de riquezas.
Trabalhadores
foram substituídos por máquinas (maquinofatura),quando não, tornaram-se
empregados de patrões que agora, passam a deter o lucro.
E
ainda, no plano internacional, a
evolução tecnológica impulsionou a corrida por mercados de consumo para os
produtos industrializados, acirrando a disputa entre nações industrializadas e
consequentemente, culminando em guerras.
A
evolução tecnológica favoreceu corridas armamentistas entre nações imperialistas,
em contextos expansionistas como o que precedeu a primeira guerra mundial.
E o ódio, a xenofobia, o
racismo, tantos outros sentimentos e comportamentos mesquinhos foram
incentivados abertamente, pela política imperialista à sociedade dita “cristã”
e “civilizada”, eclodindo em Grandes Guerras e conflitos intermináveis
que arrasaram nações inteiras.
Em
em nome do lucro financeiro e também
por dominação política , a indústria da morte do início do século
XX, ganhou espaço, respeito e até mesmo uma certa admiração por parte da
sociedade “de bem” e mais, tornou-se necessidade de primeira linha, levando às duas maiores guerras do planeta.
O saldo foi de milhares de
mortos, feridos, mutilados, miseráveis, sem pátria, sem dignidade. Países
inteiros arrasados, além de anos e anos de uma massante disputa ideológica
entre duas nações que comandaram o cenário mundial sob ameaças de “fim do
mundo”.
Tecnologia
contemporânea
O
mundo moderno e globalizado x a inovação tecnológica
Mas tecnologia não significou só mudanças trágicas e malévolas.
Grande parte dos inventos, principalmente do século XIX até
nosso século, foram de grande utilidade atendendo grande necessidade.
Ainda no século XV, a imprensa foi mais um marco na evolução tecnológica, do ponto de vista intelectual também. Antes
dela, o conhecimento era limitado à líderes religiosos, políticos e a
manipulação das informações era um instrumento de grande poder, o que dominava
as massas e as fazia subservientes, por falta de conhecimento. Mas com as
máquinas gráficas de reprodução impressa, tudo se transforma e a possibilidade
de conhecimento deixa de ser monopólio de tão poucos.
A partir da imprensa, as idéias e a consciência se
formaram por novos conceitos, permitindo o acesso de grande parte da população
à questões que antes lhes eram limitadas e restritas em relação a religião, política,
sociedade, ciência.
Caminhando mais adiante, na metade do século XIX, cientistas alemães,
ingleses e italianos, se interessaram por teorias que provavam a existência de
ondas eletromagnéticas. E no final
daquele século, a industrialização de equipamentos radiotelegráficos já era uma
realidade.
Mas um dos inventos mais interessantes foi sem
dúvida a televisão. Um sistema de reprodução de imagens e som, instantâneos. É
sem sombra de dúvida, um dos aparelhos mais utilizados pela sociedade humana.
Toda casa, independente das condições sociais e econômicas, quase que por
regra, possui uma televisão.
Tudosobrefreigaspar.blogspot.com
E o comportamento das
famílias, seu modo de vida, suas prioridades, seus anseios, suas expectativas,
mudaram radicalmente após este invento. As principais informações, os
entretenimentos, as notícias de modo geral, chegam de forma instantânea e
podemos assistir em tempo real uma guerra no Oriente Médio, um casamento real
na Inglaterra ou uma posse de algum presidente.
Também temos uma vitrine
disponível de produtos industrializados, de todas as origens e marcas, aguçando
nossas “necessidades” além de nossas reais demandas. Não consigo imaginar como
o homem primitivo conseguiu sobreviver sem a televisão. Mas sei que até pouco
tempo, caminhávamos nos finais de tarde, conversávamos das janelas das casas ou
nas calçadas ou simplesmente líamos um livro até o pôr do sol. Mas hoje, temos
as novelas em horários “nobres”, temos os telejornais, temos a televisão. E
nosso passeio, nossas caminhadas, nossas conversas, perderam gradativamente seu
espaço. Conseqüência do impacto tecnológico.
Mas existe um campo que nitidamente promoveu impacto muito mais benéfico que todos os outros inventos
tecnológicos citados anteriormente. É o campo da saúde aliado à tecnologia
Sabemos que várias
epidemias dizimaram milhares de pessoas ao longo de nossa história. Desde sua descoberta por observação até a
produção em larga escala, os benefícios das vacinas contra bactérias e vírus
que atormentaram por séculos os humanos e também os animais, é sem sombra de
dúvida, um dos maiores benefícios trazidos pela evolução tecnológica. Neste
campo, podemos citar os aparelhos radiológicos, que auxiliam na descoberta de
doenças incuráveis como o câncer e outros tantos equipamentos que hoje são de
extrema necessidade para o tratamento de vários tipos de doenças e descobertas
de novas vacinas e medicamentos. Não
podemos esquecer da biotecnologia, que utiliza conhecimentos científicos,
tecnológicos com objetivo de melhorar a produção agrícola e a qualidade da
alimentação.
E a produção de energia
elétrica? Para a utilização de todos estes equipamentos citados anteriormente,
a energia elétrica é imprescindível. E as fontes para a obtenção desta energia, são também um marco na história da evolução tecnológica.
Hidrelétricas, termelétricas, usinas nucleares, energia eólica, enfim, a
tecnologia aliada à recursos naturais, que produzem a energia que hoje se tornou imprescindível
para o funcionamento de tantos aparelhos. Hoje, sem energia elétrica,
estaríamos mergulhados no caos.
Nossa estrutura familiar,
nosso cotidiano, nossos conceitos, valores morais, éticos, nossa visão de
sociedade e mundo estão legitimamente ligados à evolução tecnológica. Foram
fundamentados ao longo de nossa história e tudo o que conhecemos hoje, tudo o
que somos ou o que nos tornamos, é fruto direto desta evolução. Pois o conhecimento, as descobertas, as
consciências críticas que fundamentaram a evolução de ontem, hoje estão
fundamentados na tecnologia. Sem ela - a tecnologia, estaríamos perdidos.
Ocorreu uma inversão?
A chamada globalização,
advento que transformou a vida da população mundial, último marco da evolução
tecnológica na era contemporânea, é o maior exemplo de como a tecnologia
é capaz de superar a si mesma, sob a égide da “ satisfação das necessidades
e das demandas do homem.
Com o advento da
internet na década de 90,
a globalização avançou assustadoramente, em forma de
tecnologia que além de ligar o mundo inteiro em tempo real, definiu a
nova forma de capitalismo, aquela que cresceu na década de 70 , sob a égide do
“capital especulativo”. Tornou-se fácil demais manipular remessas absurdas de
dinheiro de um país a outro, num piscar de olhos, melhor, num clicar de mouse
ou num teclar de dedos.
Ainda, no final da década
de 80, com o fim do socialismo soviético, surge o neoliberalismo ou
globalização e com ele a substituição das utopias humanistas pelo consumismo
desenfreado, representado pelo pragmatismo político e econômico. Surgem Blocos
Econômicos, compostos por países que possuem afinidade cultural mais acentuada
e passam a cooperar entre si, formando bases internacionais.
E com a nova ordem,
aumentam-se as desigualdades sociais e a concentração de riquezas dos países ricos.
Nesta nova ordem, de uma
política Mundial Multipolar e Multicivilizacional, a capacidade de evolução
tecnológica é quem define as posições no jogo econômico mundial. Geralmente, os
países mais industrializados é que detém
as mais avançadas tecnologias e por isto, são mais competitivos neste mercado.
O Brasil por exemplo, país
em desenvolvimento, uma das dez maiores economias do mundo, possui matéria
prima raríssima (17 minerais) e
imprescindível para a produção de aparelhos de alta tecnologia, porém, por não
acompanhar a evolução tecnológica dos países desenvolvidos, exporta sua matéria
prima e adquire os produtos já industrializados. Não há investimentos em inovação tecnológica e
os maiores recursos destinados a este fim, são públicos e por isto, a quota
fica bem aquém daqueles países desenvolvidos o que gera grande prejuízo em relação
à concorrência externa.
Com a Nova ordem é óbvio
que aqueles eventos citados anteriormente e que culminaram nas duas grandes
guerras, ganharam novas formas, novas tendências e principalmente, novas retóricas
para se justificar o avanço agressivo e sistemático dos líderes mundiais sobre
países ditos periféricos, ou aqueles que ameacem de alguma forma a plena
política imperialista dos “grandes”. O imperialismo ganhou, sobretudo, poder e
autoridade máxima para determinar quem permanecerá no jogo de mercado, ou quem será excluído dele. É como se
criassem um caderninho de regras as quais obviamente favorecem unilateralmente
os grandes líderes, comandados pelo grande líder. Em caso de distorção de
regras ou descumprimento, a ordem é atacar.
Tecnologia e contradições – Invasão tecnológica
Já no campo social, a
internet mudou completamente a vida da maioria das pessoas. Ocorreu uma mudança radical nas civilizações
do mundo. De maneira mais contundente no mundo fundamentalista.
Civilizações não
ocidentais se viram invadidos pela modernidade através da globalização, tendo
sua cultura, religião e tradição desrespeitadas pela nova ordem mundial. E por
assim ser, acirraram-se os ânimos entre estas civilizações, as quais vêem na
globalização fruto do neoliberalismo, o motivo maior de todas as suas mazelas
econômicas e sociais. Através da religião, os radicais fundamentalistas expressam
seu profundo descontentamento à nova ordem, a qual impera política e economicamente
em praticamente todas as civilizações do mundo. Intensificam-se atentados
terroristas em países ocidentais, além de um crescente aumento do poderio
militar e bélico de nações não ocidentais, com o objetivo de resguardar sua
cultura, política, economia e religião as empreitadas globalizantes
Como exemplo das contradições,
é comum encontrarmos como reflexos da globalização, fotografias de nativos com
celulares nas mãos onde haveriam flechas, ou pessoas de baixa renda operando computadores
portáteis. Estas imagens traduzem o impacto que a nova ordem proporcionou em
todas as civilizações e principalmente, as contradições que nela residem.
Outro fator importante e
que deve ser destacado é o fluxo migratório mundial que é também é um dos impactos
desta evolução tecnológica. Um dos fatores responsáveis pelo aumento deste
fluxo no mundo foi sem dúvida o fator econômico.
O fluxo de migrantes em países
subdesenvolvidos principalmente na década de 70, se intensificou em países desenvolvidos
pela grande oferta de trabalho de baixa qualificação e que demandavam grande
quantidade de mão de obra barata. Até
então eram “bem vindos”, pois eram economicamente mais viáveis.
Porém, com o advento da globalização a
partir da década de 80, ocorreu uma inversão. O fato de multinacionais
espalharem-se pelo mundo em busca de mão de obra barata e novos mercados, gerou
desigualdade e desemprego nestes países desenvolvidos e as vagas de baixa qualificação ocupadas por
imigrantes de países subdesenvolvidos, já não estavam mais disponíveis pois
deviam atender a demanda da população local,
gerando mal estar e situações de risco uma vez que estes imigrantes passaram
a ser indesejáveis. Daí a necessidade de
um controle rígido de imigração para garantir a oferta de empregos à população
local, evitando o desemprego em massa nos países desenvolvidos.
Na década de 90, já possível traçarmos
um novo perfil para o homem Globalizado. Consumidor progressivo e compulsivo,
ligado totalmente às inovações tecnológicas e totalmente dependentes delas, principalmente
o homem ocidental e americano, se vêem imersos em um mundo de contradições.
Mas a inovação tecnológica conseguiu
ir muito além de impactos econômicos, políticos ou sociais. Ela alcançou
concepções tradicionais e milenares referente ao nascimento, morte e reprodução.
Em 1997, cria-se o primeiro clone, na forma de uma ovelha, a partir de uma
única célula, o que abre um grande leque de questionamentos morais e éticos.
É a nova civilização mundial. Fruto
direto da evolução tecnológica, aliada à ciência e em constante inovação.
Tecnologia
e Educação – um desafio para a sala de aula.
A evolução
tecnológica chegou às salas de aulas. Um desafio e tanto para nossa geração e
principalmente, para os profissionais da educação que se vêm em volta às
contradições e às reveses de um mundo contemporâneo de ordem neoliberal, globalizado.
Sabemos das dificuldades que recaem sobre o ensino
público em nosso país, as disparidades, os recursos escassos e a falta de
estrutura que pesam sobre o funcionamento de uma instituição escolar, que
também são reflexo direto da nova ordem mundial globalizada. Mas sabemos também que hoje, com a
disponibilidade de informações que temos, podemos desenvolver um trabalho que
faça diferença na formação sobretudo humanista destas crianças, adolescentes e
jovens.
E em um paradoxo, temos a dificuldade de conciliar
tecnologia com ensino, já que na maioria das vezes, a tecnologia representa um
entrave em sala de aula. Qual professor já não entrou em conflito com alunos que durante uma aula expositiva, está com seu celular acessando
redes sociais, ignorando totalmente a matéria ou a atividade proposta? E muitos alunos, com baixo poder aquisitivo, mas com celular de ponta, vem de uma família já desestruturada, mas não consegue estabelecer
um limite de consciência entre o que pode ou deve ser tido como prioridade em
sua vida, em função de sua condição. Tudo reflexo é claro, da nova ordem. A
ordem do consumismo, da necessidade de estar inserido em um mundo diferente do
seu, mesmo que virtual, para que de alguma forma venha suprir as necessidades
reais que lhe impedem de viver a vida com o queria, ou como “todos vivem”.
E
é aí que entra o professor no mundo da tecnologia, mundo globalizado. O papel do professor não poderá estar limitado
à sala de aula, ou ao conteúdo ou até mesmo aos projetos bem
intencionados. Seu papel está em liderar uma busca de conhecimento. Apesar de estar bem à frente em relação a conteúdos, o professor é tão
aprendiz quanto o aluno no que diz respeito a dimensão dos movimentos e amplitude
das reações e relações consequentes de um determinado contexto o qual
atinge e influencia direta ou indiretamente na vida de todos, seja ele
professor, aluno, porteiro.
Não poderá existir uma
linha imaginária que o separe do aluno. Ali em sala de aula, no máximo é um
líder que deve fomentar toda a criatividade possível, utilizando todos os
recursos cabíveis e ainda, incentivar o questionamento e a busca por
novas possibilidades, levando cada um, com suas peculiaridades ( todas elas ) a
enxergar o que até então não se via por falta de direcionamento. É como se fosse
um navegador, porém sem um mapa pronto, guiado por seus conhecimentos e
instintos, por suas habilidades e é claro , por sua dedicação e amor à
profissão.
E por outro lado, as salas de aula não se limitam a
um espaço onde o conhecimento é transmitido sistematicamente, com objetivos
pragmáticos pré-definidos.
As transformações no campo da educação são visíveis,
e apesar de caminharem a passos lentos no caso do Brasil, por exemplo - em virtude das políticas educacionais
implantadas ao longo de vários governos,
sinaliza urgência em relação a mudanças estruturais que que se consolidem em politicas públicas.
E na era da evolução e principalmente, na era da
inovação tecnológica, educar passa a ter um sentido muito amplo,
múltiplo, subjetivo e objetivo.
A personalidade, o caráter humano
sendo subjetivo, forma-se continuamente. Por mais que aprendamos, por
mais que evoluímos e inovamos, jamais chegaremos ao topo do conhecimento,
haverá sempre algo a conhecer, a buscar, a investigar e isto – esta necessidade
de aprender, sendo professor ou aluno é imprescindível, ainda mais na era da
inovação tecnológica.
Os analistas e especialistas
em educação, apesar dos projetos estarem ainda em um nível bem aquém do que
deveria e do que realmente necessitamos, estão conseguindo compreender a
verdadeira missão que lhe compete, ao questionar as diferenças e
principalmente, atribuindo-lhes o sentido verdadeiro e não o sentido de
desigualdade que era muito utilizado para justificar os péssimos resultados que
ao longo dos anos, apresentou a educação em nosso país. E mais, contam com
recursos infindáveis, como a informação, por exemplo, que há alguns anos era
uma das dificuldades no que se refere o material para estudos, estatísticas,
dados referenciais.
Por fim, é fato que a tecnologia é uma aliada no campo da educação. Pode-se trabalhar o sentido da evolução
tecnológica, em suas várias vertentes, seja econômica, social, política,
religiosa. Pode-se buscar respostas para as transformações sociais que
ocorreram ao longo da evolução e demonstrar a inversão ocorrida ao longo dos
anos, onde a necessidade que era a mãe da tecnologia, passa a submeter-se a ela
através do fomento do consumo desenfreado. Pode-se incitar alunos a
questionarem o hoje: Será que já esgotamos as possibilidades de avanço tecnológico?
Será que, diferente de ontem, as descobertas e invenções são de fato para
atender nossa demanda, nossas necessidades? Será que já somos capazes de
evoluir com sustentabilidade? São perguntas que ainda não têm respostas claras.
Ainda há muito que
evoluir, pois num paradoxo, apesar de tanta evolução, ainda engatinhamos quando
o assunto são doenças incuráveis, genética, física quântica e outras
tantas questões que independente dos recursos disponíveis, ainda estão
longe de serem respondidas ou resolvidas pela tecnologia.
Marcia Fernandes
Referências Bibliográficas:
Fontaine, Joëlle e Arkan Simaan. "A Imagem do Mundo dos Babilônios a Newton" (Companhia das Letras, São Paulo, 2003).
Human Population Through Time. American Museum of Natural History, 4/11/2016
La Forja Genética de Europa. Una Nueva Visión del Pasado de las Poblaciones Humanas (Edicions Universitat de Barcelona, 2018), do geneticista espanhol Carles Lalueza-Fox, professor do Instituto de Biologia Evolutiva (CSIC-UPF) e Les Chemins de la Proto-Histoire. Quand l’Occident s’Éveillait (Odile Jacob, 2017) [Os Caminhos da Proto-História. Quando o Ocidente Despertava] de Jean Guilaine
SOUSA, Rainer Gonçalves. "Período Paleolítico"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/paleolitico.htm. Acesso em 24 de outubro de 2019.
Stuart, David (2003). «La ideología del sacrificio entre los mayas». Arqueología mexicana. XI, 63: 24-29
Surgimento e manutenção do comportamento religioso: Contribuições da Teoria Evolucionista, Estudos de Psicologia, 18(2), abril-junho/2013, 223-229
Wundt, W. (1916). Primitive Man: the beginnings of language; the thinking of primitive man. In: Wilhelm Wundt. Elements of Folk Psychology: outlines of a psychological history of the development of mankind (pp. 53-75). (E. L. Schaub, trad.). Londres: George Allen & Unwin Ltd. (Trabalho original publicado em 1912). [ Links ]Wundt faz referência nesta primeira frase à noção de sociedade primitiva apresentada na seção precedente, quando aponta algumas instituições e hábitos que constituíram os primórdios da organização social humana.
Referências Bibliográficas:
Fontaine, Joëlle e Arkan Simaan. "A Imagem do Mundo dos Babilônios a Newton" (Companhia das Letras, São Paulo, 2003).
Human Population Through Time. American Museum of Natural History, 4/11/2016
La Forja Genética de Europa. Una Nueva Visión del Pasado de las Poblaciones Humanas (Edicions Universitat de Barcelona, 2018), do geneticista espanhol Carles Lalueza-Fox, professor do Instituto de Biologia Evolutiva (CSIC-UPF) e Les Chemins de la Proto-Histoire. Quand l’Occident s’Éveillait (Odile Jacob, 2017) [Os Caminhos da Proto-História. Quando o Ocidente Despertava] de Jean Guilaine
SOUSA, Rainer Gonçalves. "Período Paleolítico"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/paleolitico.htm. Acesso em 24 de outubro de 2019.
Stuart, David (2003). «La ideología del sacrificio entre los mayas». Arqueología mexicana. XI, 63: 24-29
Surgimento e manutenção do comportamento religioso: Contribuições da Teoria Evolucionista, Estudos de Psicologia, 18(2), abril-junho/2013, 223-229
Wundt, W. (1916). Primitive Man: the beginnings of language; the thinking of primitive man. In: Wilhelm Wundt. Elements of Folk Psychology: outlines of a psychological history of the development of mankind (pp. 53-75). (E. L. Schaub, trad.). Londres: George Allen & Unwin Ltd. (Trabalho original publicado em 1912). [ Links ]Wundt faz referência nesta primeira frase à noção de sociedade primitiva apresentada na seção precedente, quando aponta algumas instituições e hábitos que constituíram os primórdios da organização social humana.
Excelente trabalho! Digno de elogios.
ResponderExcluirobrigada!!
ExcluirLi o texto (Kessia Luiza-aluna da 901 E.E.ITAMAR FRANCO)
ResponderExcluirUM RESUMO DA VIDA HUMANA
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