Podemos citar vários tipos de escravidão, que acometem esta nobre raça – a humana . Temos a escravidão por vícios ao álcool, ás drogas em geral, à mulheres (conheço um indivíduo que é viciado em mulher... quase escravo), à jogos..à religiões para todos os gostos e todos os “deuses”, escravidão ao dinheiro...enfim... são inúmeras as possibilidades de aprisionamento do ser humano em relação a uma prática , a um desejo, ao um objeto ou coisa parecida.
Mas o que mais me deixa indignada, é a escravidão por imposição. A tal que não deixa opção ao escravo... ou ele se dá à escravidão, ou morre de fome. É aquela em que o ser humano a troco de uma falsa possibilidade de melhora de vida, por engano e só por engano, se entrega e por fim, acaba aprisionado, escravo de outro ser humano que detém o poder através do dinheiro, da influência e sobretudo da maldade, fazendo-se senhor por imposição.
Através de uma denúncia, no Mato Grosso, chegou-se a um destes redutos contemporâneos de escravidão humana. Em duas fazendas, uma no município de Claúdia e outra no município de Primavera do Leste, ambas de propriedade de pessoas influentes – o cara é funcionário do Tribunal de Contas do Estado e sobrinho do Deputado Carlos Bezerra do PMDB (ora ora...político na parada), encontraram pessoas ... isso mesmo...pessoas em estado de miséria total e escravidão, em condições precárias de higiene (tal qual as senzalas na era colonial) sem qualquer garantia de trabalho ou direitos – os famosos direitos constitucionais – que rezam nossas leis trabalhistas.
Bom... os fiscais chegaram lá, autuaram, libertaram os indivíduos, multaram o proprietário, com certeza vão processá-lo, o que será arquivado por falta de provas... e o restante da história a gente já sabe, se não sabe, imagina...
Mas o que mais me chama a atenção neste caso, é a capacidade do ser humano em ser perverso além do que se pode esperar... e em contrapartida, a capacidade do ser humano em se deixar levar em nome de falsas promessas, sem garantias ou até mesmo sem a menor possibilidade de dar certo. Aí fico pensando: seria ingenuidade? Seria desespero? Seria a questão da “luz no fim do túnel”?
Por quê, pergunto insistentemente pra mim mesma... por que estas coisas ainda acontecem em pleno século XXI???
A resposta está bem longe, mas posso conjecturar à vontade...
Penso que o ser humano é tão desprovido de amor próprio quanto de amor ao outro. O mesmo desamor que o capataz é capaz de desenvolver, o escravo é capaz de absorver quando em situação de abandono, negligência, descompromisso e desdém por parte do Estado. É isto que levam milhares de pessoas a situações das mais terríveis, desde miséria absoluta, à criminalidade e ausência total de dignidade.
É como se fosse uma espécie de troca... eu não amo você e assim, vc não se ama... e consigo então perpetuar o domínio do aparentemente mais forte, mais esperto...sobre o resignado que se torna aparentemente menos forte e menos esperto...passível de escravidão.
É de se pensar nisso ... é de se entender isso... quem se habilita?
Nenhum comentário:
Postar um comentário