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terça-feira, 22 de maio de 2012

Antissocial...ser ou não ser...eis a quetão!


                      Li recentemente um artigo de Ruy Castro, sobre a atual modalidade de relacionamentos sociais – as redes. No artigo, muito bem elaborado, o autor faz menção aos vários convites que recebe diariamente para fazer parte de redes sociais que ele sequer, sabe como funciona. Chega a ser intrigante sua postura, já que em pleno século XXI, a nova ordem estabelecida nos força a fazer parte de um mundo globalizado e multicivilizado, e  estabelece a necessidade de estarmos “ligados” de alguma forma a estas redes, com um número extraordinário de “amigos virtuais”, reais ou não,  mas que necessariamente passam pelo  crivo cibernético.

                       Mas o mais interessante no artigo, é que ele questiona implicitamente o conceito antoissocial do nosso século, pois por senso comum, alguém que não faz parte da “rede”, pode ser considerado “alienado”, “bitolado”, “isolado”, “retrógrado” e mais uma variedade de adjetivos que só alguém que não “curti” a rede, consegue colecionar...

                     E eu concordo com o Ruy. Como professora principalmente, percebo a necessidade de revisão destes conceitos. A rede se tornou prioridade nas relações humanas. Eu por exemplo, a freqüento de cinco a seis vezes por dia, para “visitar” amigos que nunca vi, mas com os quais tenho “amizades sólidas”, para compartilhar idéias, divulgar notícias de meu interesse, publicar fotos interessantes, participar de grupos fechados para discutir política, educação e por que não... a vida alheia...rs

                             E o vocabulário? Temos um específico. Aqui mesmo neste artigo, quando quero dar a entender que estou sorrindo, uso o “rs” que qualquer cibernético entenderia...mas não o Ruy.

                                E o que isso tem de ruim? O que tem de bom? De ruim, obviamente, está na transformação desta sociedade, através das relações artificiais. Até pouco tempo, tínhamos prazer em encontrarmos amigos reais, dividir nossa alegria, tristeza... olhar nos olhos e perceber a realidade daquele momento. Hoje, nossa amizade tem um intermediário, que é o visor, o teclado...a rede. Não temos mais acesso direto às nossas relações. Não usufruímos mais da naturalidade do falar, do agir, das feições que se formam a cada reação... e nos limitamos a copiar vocabulários, idéias. Não temos mais o desejo nem disposição para  pensar diferente do que foi pensado antes. Temos preguiça para nos relacionarmos. É mais cômodo não sair de casa... é mais fácil mentir via rede, e mais fácil ainda sumir também...

                                Podemos utilizar desculpas como “meu pc estragou”, “não tenho acessado a rede” e aquele vazio que você deixou por sua ausência é justificado facilmente.

                   E de bom? Ah, de bom temos a facilidade de divulgarmos idéias, de alcançarmos um número infinitamente superior de indivíduos, ao “compartilharmos” informações. Exemplo é este artigo do Ruy que encontrei na net e que agora vou compartilhar no face.

         Cabe a nós, seres pensantes, estabelecermos limites entre o real e o virtual. Estabelecermos as diferenças  entre relações sociais e relações afetivas.

Antissocial não pode ser considerado quem não está na “rede”. E sim, quem não tem afeto suficiente para se relacionar com quem quer que seja, na rede ou fora dela. 


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