Todos estamos assistindo de cadeira cativa, nos noticiários, a repercussão sobre a morte do homem considerado o maior terrorista da história contemporânea.
Mas quem é Osama Bin Laden? Arnaldo Jabor, fez um comentário sugerindo a possibilidade de que o Paquistão já sabia da presença dele e no entanto, nada fez para “facilitar” a busca norte americana .
Citou algo como “ser impossível” confiar em um país que mata a pedradas seus cidadãos que cometem “erros” ou pecados diante de suas leis fundamentalistas.
Mas o que me chamou atenção, foi a parcialidade da maioria dos ocidentais e ainda , deste ilustre brasileiro, que julgo, deve saber um bocado bom de História.
A morte dele é óbvio, significou a vingança pelo terrível 11 de setembro, mas muito mais que isto, muito mais que desejo de vingança, esta morte, é o símbolo da política fundamentalista ditada antes por países ditos democráticos e defensores dos direitos civis.
Esta mania de falar de Osama Bin Laden, de Al-Qaeda, associando-a diretamente ao islamismo, é uma estratégia muito eficaz para disseminar a cultura ocidental separatista no que diz respeito a religião. Ao longo da história, o cristianismo ocidental praticou esta política, objetivando sobretudo o domínio completo sobre os vários países do continente africano.
O mundo Islâmico, antes das cruzadas cristãs, nem de longe era fundamentalista. Muito pelo contrário, eram tolerantes com a fé alheia e pregavam a paz e o respeito aos seus semelhantes, independente da religião. Eram extremamente inteligentes, conhecedores das ciências, astronomia, medicina...
Por volta do século XI, com a invasão da terra Santa pelos cristãos, o terror foi disseminado no meio da população islâmica, os quais sofreram massacres de civis, consequência do confronto entre cristãos e islâmicos. Como não podia deixar de ser, os cristãos empreenderam uma terrível propaganda negativa sobre Maomé ( o que feria de forma moral e espiritual e até mesmo feria a identidade dos mulçumanos ), caracterizando-o como charlatão, oportunista, pervertido sexual e outras tantas fofocas religiosas quantas forem possíveis quando o assunto é detonar o inimigo.
Pois bem. O Islã, se fechou ao ocidente. Buscou se fundamentar em interpretações violentas do Alcorão, se atendo a vingança e à revanchismos,no que se refere ao ocidente. O islã se militarizou, se fundamentou.
Por outro lado, no ocidente cristão, devido às transformações que ocorriam como o Renascimento, Iluminismo enfim, transformações ideológicas que racionalizaram o pensar, transformaram o ocidente outrora cristão fundamentalista, em Cristão e laico. A queda do absolutismo, a ascenção do liberalismo, a separação entre Estado e Igreja, foi um processo inverso ao ocorrido no Islã. Agora, no ocidente, a religião não mais comandava o “pedaço” . No Islã, a religião passou a ditar a vida das pessoas, tanto espiritual, como legal, socialmente.
Foi então que no século XIX, a maioria dos países Islâmicos foram dominados por potências européias...interferindo agressivamente novamente, no modo de vida e cultura destas pessoas, que já viam o ocidente como inimigo número 1 do islamismo. Este domínio impôs a absorção por imposição da cultura européia. Foi uma espécie de “nova cruzada”, só que agora, não queriam mais apenas tomar-lhes o território, quiseram sim dominá-los por completo, abrindo ao ocidente através das leis liberais, todas as oportunidades de riqueza e exploração .
Mas, como sabemos, fracassaram. Não tiveram “a tal competência” para gerir um território islâmico, já que o islamismo, neste ínterim, já era fundamentalista.
Somando-se a tudo isto, as interferências norte-americanas no Irã por exemplo, durante o regime de Palev, que levou aquele país a extrema pobreza e corrupção, o povo islâmico foi se fundamentando cada vez mais em sua religião, porém com sentimentos de vingança contra os ocidentais, fazendo surgir facções extremistas fundamentalistas, como o Taleban por exemplo, que já foi aliado dos EUA contra os comunistas soviéticos, mas com o objetivo claro e óbvio de se livrar de qualquer interferência externa, tanto que após se livrarem dos russos, resolveram se livrar dos americanos.
Contudo, os extremistas fundamentalistas são uma minoria no Islã. Porém, suas ações militares são tão agressivas, que repercutem de maneira negativa contra o mundo mulçumano... pois muitos acreditam que todos os islâmicos fundamentalistas, no fundo, são terroristas.
Mas a realidade é outra. Existem fundamentalistas democratas. Existem os liberais. Existem os fundamentalistas ocidentais.
Percebe-se pelo discurso de Obama, pelo discurso de Bush por ocasião do 11 de setembro, enfim, pelo discurso de um lado e de outro, tanto da Al-Qaeda quanto da nação européia e norte americana, que o fundamentalismo é a causa de toda esta guerra terrorista que tem acontecido e que podemos assistir de cadeira cativa.
Mas precisamos ter discernimento, conhecimento suficiente pra entender que quem anda pintando um lado só de terrorista, perverso, vingativo, praticou e pratica o terrorismo contra nações em nome de uma “democracia” que ficou lá atrás,em 1886 mais precisamente, quando ergueram o presente francês ( a dona estátua da liberdade) como símbolo da democracia e direitos civis norte americanos...
Nenhum comentário:
Postar um comentário