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quarta-feira, 23 de julho de 2014

JUSTIÇA não se deve confundir com PRIVILÉGIOS... o porque das políticas afirmativas ...


De maneira oportuna, um aluno querido me pediu para tecer comentários a respeito do vídeo abaixo. Trata-se de uma reflexão sobre questões como políticas afirmativas. No vídeo, o rapaz faz uma análise partindo de premissas falaciosas,o que torna o argumento inválido. Mas como infelizmente, muitas pessoas ainda não compreendem a necessidade de tais políticas, decidi postar a minha reflexão sobre o assunto para que talvez auxilie outros jovens a compreendê-lo de forma contextualizada no processo da história da nossa sociedade:






       
Interessante o ponto de vista do rapaz do vídeo. Mas o raciocinio é falacioso. Por quê? 
Quando ele cita as diferenças da charge ele constrói todo um raciocinio de origem objetiva. E dai emenda o raciocinio para refletir sobre politicas afirmativas...que por sua vez tem origem subjetiva. 

Ou seja...as politicas afirmativas não se baseiam em biotipos fisicos, gêneros, estatiscas ou números. Elas se baseiam em processos sociais da historia. As cotas por exemplo nao foram criadas para beneficiar um maior numero de pessoas negras (criterio de biotipo ou estatistica que é objetivo) Elas foram criadas como medidas que tem por objetivo fazer justiça a um processo histórico social de injustiça cometida a uma determinada classe de pessoas. Tanto que é por tempo determinado...não ferindo critérios de isonomia social. E mais, isonomia social que foi totalmente negada a esta mesma classe de pessoas em determinado contexto histórico. 

É muito comum essa confusão uma vez que as analises sobre questões do tipo costumam desconsiderar a história como critério primeiro de reflexão.

O rapaz ainda utiliza outra premissa falsa: a do imposto de renda, que é OBJETIVO, uma vez que a taxação é estratificada de acordo com a renda do trabalhador ou cidadão contribuinte. Logo, não está ligada à processo histórico social e sim a classe econômica. 


Mas,compreende-se a dificuldade de aceitação dessas

 políticas.

 O homem primitivo era individualista...eremita e só começou a viver em bandos porque percebeu que em grupo se saia melhor na caça. Mas o individualismo nunca deixou de fazer parte de sua personalidade. Ter que dividir a carne com quem só vigiou o animal enquanto outros o cercaram e colocaram em risco sua própria vida, foi o primeiro passo para o enaltecimento do mérito. 

O ser humano é meritocrata por natureza. É competitivo. E tem uma avidez por superioridade impressionante. 

Daí essa dificuldade tremenda de aceitação de politicas afirmativas...pois sempre irão enxergá-las como privilégios...jamais como justiça.


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