Em homenagem às crianças que não conhecem o tal "dia da criança", aí vai meu lamento:
Lamento porque sou impotente.
Na realidade, eu finjo que vocês não existem a maior parte do dia. Porque tô ocupada demais com minhas contas pra pagar e com as duas crianças pra sustentar.
Na realidade, olho pra vocês, sinto uma comoção enorme, compartilho a imagem de vocês pra não me deixar esquecer que vocês existem. Aliás, na realidade nem esqueço, só finjo que esqueço, porque sou uma inútil e impotente, que dança conforme a música...e que .... tem contas pra pagar. Individualista. Com discursos de coletivismos...mas individualista. Todos somos, melhor, nos fizemos.
Me lembro de vocês no natal. Principalmente quando vejo aquele velho gordo, de roupa vermelha, bochecha rosada... nas portas das lojas e me lembro também quando passam propagandas na tv, sobre brinquedos dos mais variados. Crianças caucasianas...lindas... bem tratadas. E vocês nunca estão lá... mas eu só consigo enxergar vocês.
Mas me esqueço quando compro o presente dos meus filhos e os vejo sorrindo ao entregá-los.
Aí me lembro de novo quando leciono, quando estudo história da África ou quando vou dar uma aula sobre imperialismo. Choro às vezes, porque quando pesquiso sobre vocês, me dá uma dor profunda no peito. E um sentimento de culpa enorme. Culpa e impotência.
Mas me esqueço de novo quando tenho que acordar às cinco pra ir trabalhar.
e quando te vejo na rua, sujo, maltrapilho, me sinto um lixo. Porque sei que você existe, que você sofre e que nesta semana principalmente, enquanto várias de vocês estarão recebendo presentes, outras várias estarão sendo estupradas, violentadas, sugadas, exploradas, humilhadas...
Mas é assim. Melhor, nos fizemos assim. O mundo tem porteiras, tem sistema, tem lugar, tem status, tem ... melhor, não tem.
O mundo não tem justiça. E o que posso desejar à vocês é que de alguma maneira, isso tudo passe logo.
Lamento porque sou impotente.
Na realidade, eu finjo que vocês não existem a maior parte do dia. Porque tô ocupada demais com minhas contas pra pagar e com as duas crianças pra sustentar.
Na realidade, olho pra vocês, sinto uma comoção enorme, compartilho a imagem de vocês pra não me deixar esquecer que vocês existem. Aliás, na realidade nem esqueço, só finjo que esqueço, porque sou uma inútil e impotente, que dança conforme a música...e que .... tem contas pra pagar. Individualista. Com discursos de coletivismos...mas individualista. Todos somos, melhor, nos fizemos.
Me lembro de vocês no natal. Principalmente quando vejo aquele velho gordo, de roupa vermelha, bochecha rosada... nas portas das lojas e me lembro também quando passam propagandas na tv, sobre brinquedos dos mais variados. Crianças caucasianas...lindas... bem tratadas. E vocês nunca estão lá... mas eu só consigo enxergar vocês.
Mas me esqueço quando compro o presente dos meus filhos e os vejo sorrindo ao entregá-los.
Aí me lembro de novo quando leciono, quando estudo história da África ou quando vou dar uma aula sobre imperialismo. Choro às vezes, porque quando pesquiso sobre vocês, me dá uma dor profunda no peito. E um sentimento de culpa enorme. Culpa e impotência.
Mas me esqueço de novo quando tenho que acordar às cinco pra ir trabalhar.
e quando te vejo na rua, sujo, maltrapilho, me sinto um lixo. Porque sei que você existe, que você sofre e que nesta semana principalmente, enquanto várias de vocês estarão recebendo presentes, outras várias estarão sendo estupradas, violentadas, sugadas, exploradas, humilhadas...
Mas é assim. Melhor, nos fizemos assim. O mundo tem porteiras, tem sistema, tem lugar, tem status, tem ... melhor, não tem.
O mundo não tem justiça. E o que posso desejar à vocês é que de alguma maneira, isso tudo passe logo.