pausa pra reflexão...

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terça-feira, 5 de abril de 2011

O SER que se diz HUMANO...



Pausa pra reflexão...

Estes  últimos dias foram mais nublados pra mim do que nunca. Em meio ao cotidiano  da vida simples que levo... dos afazeres de mãe, mulher, estudante, professora e outras tantas tarefas que um indivíduo carrega consigo no dia a dia...entendi finalmente que estamos caminhando para o vácuo. Literalmente. Entendi também que além de não existir uma fórmula mágica que pudesse mudar o rumo das coisas, não existe também possibilidade alguma de mudar a mentalidade de seres que se dizem humanos. E por conseqüência, o rumo das coisas caminhará para o vácuo. 

A Rede Bobo informou que a Aneel declarou  Belo Monte como “áreas de utilidade pública”, autorizando assim o início da construção da mega usina que , fatalmente, extinguirá o que restou dos nativos após a falsa “descoberta” do Brasil. E o governo, assim como muitos cidadãos ficaram “perplexos” quando a OEA ( Organização dos Estados Americanos) notificou que o Brasil deveria antes de tudo estabelecer um diálogo com os mais prejudicados: os índios. Segundo o governo isto já foi feito. Numa espécie de monólogo, é claro. Disseram para os índios: saiam!!! Precisamos de suas terras!!! Eu, com minha imaginação fértil, imaginei um “Danem-se ” bem alto. 

E sei que muitos estão achando tudo isso um carnaval indígena... afinal....como dizem por aí, a capacidade de produção e os benefícios da usina, é que importam. E daí sacrificam 20 mil pra favorecer 26 milhões? Neste sistema, a quantidade e não a qualidade é quem ditam as regras.
Pensei na reportagem que li sobre energia eólica. Nossa capacidade de produção de energia através dos ventos, é uma vez e meia todas as usinas hidrelétricas, termoelétricas, nuclear que existe no Brasil. Ou seja, juntando todas, multiplicando por um e meio, encontramos a capacidade de produção de energia pelos ventos. E o lixo? O lixo é capaz de iluminar são Paulo por um ano, sem medo de apagão. Mas não pensam em alternativas. Pensam em lucros. Pensam em imediatismos.

Mas uma das mais dolorosas esta semana, foi a de um  indivíduo que segundo ele, o sistema vigente não "promoveu vítimas" , só o progresso...só o desenvolvimento... isso mesmo... segundo ele o capitalismo não matou ninguém.

Depois de Belo Monte, vem o deputado nazifacista. Homofóbico, racista... e vai saber mais o que. Pessoas inteligentes defendendo o direito de “liberdade de expressão” de alguém que não respeita a liberdade de ninguém. Nem de sua própria esposa.
Vejo preconceito, vejo racismo, vejo homofobia, vejo maldade o tempo todo... e pior, antes estas características eram bem definidas através do ser que a possuía. Geralmente eram líderes políticos, ou detentores de algum poder ideológico, ou de alguma instituição ... Agora, pessoas de bom nível intelectual...jovens, mulheres, até crianças... abraçando causas que no passado, geraram conseqüências humanamente absurdas. Degradantes. Física, moral, intelectual, psicológica e espiritualmente...

Sinto mágoa. Sinto nojo. Sinto revolta. Sinto desprezo. Desprezo pela humanidade. Desprezo pela democracia. Desprezo pela “liberdade de expressão” do bolsonaro.
Mas é pior pra mim. Então, tento ser o máximo de egoísta possível...e só agradeço a Deus por não ser negra, apesar de mulher e pobre... lésbica ou índia...e por aí vai. Porque este mundo...este mundo aqui é dos brancos. É dos ricos. É dos burros. É dos maldosos.

Mas há uma esperança...quem sabe o calendário maia, é uma realidade... e virá dos índios a resposta a este mundo de seres que se dizem...humanos...

4 comentários:

  1. Eis a saída, Márcia: Reflexão, desaceleração para entender o real sabor da vida; foi o que vc praticou nesse seu ajuntamento de letras..rs Na visão do terraço, observo um culpado por esse caos instalado: a aceleração que o Sistema enraizou. Vivemos uma nova fase humanoide: o homo podiuns. Esse ser criado pelo Sistema capitalista mantém viva a cultura do esperma, que mesmo depois de fecundado o óvulo no gozo profundo da existência, continua correr, só que em direção a extinção de sua espécie, mas ele não se dar conta, quer aproveitar ao máximo a corrida sem observar a paisagem que margeia sua pressa suicida. Corre sem saber bem para onde, mas caso ele chegue, verá escrita na faixa de chegada: Bem vindo ao podium da irracionalidade.

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  2. Enquanto houver indignação, haverá sementes. Um dia brotam...um dia...

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  3. Pois é...a indignação denota um NOVO mundo...há alternativa!...parece que vivemos num momento de transição importante. Sou otimista!...a mesma velocidade que mata é a do RENASCIMENTO !
    Quixote...grande poeta !

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